O metaverso é uma das grandes tendências de marketing dos últimos anos – essa tecnologia pode trazer grandes feitos para os negócios que buscam utilizá-la como recurso.
Com o surgimento de novas e modernas tecnologias, de tempos em tempos o ambiente online sofre alterações. O fato de as pessoas passarem muito tempo conectadas contribui para o desenvolvimento de aplicações interativas como o metaverso.
Um universo virtual, hiper-realista e que pode ser compartilhado entre usuários com múltiplas autonomias. Assim, o conceito ganha forma e se apresenta inovador com a promessa de revolucionar o modo de agir e interagir na internet.
Ficou interessado em saber mais sobre o metaverso e seu funcionamento? Continue lendo para conhecer as aplicações, o que as empresas estão fazendo com essa tecnologia e como ela pode ser aplicada ao marketing!
O que é metaverso e como funciona?
O metaverso é uma tecnologia que utiliza a realidade aumentada, hologramas e realidade virtual para criar um ambiente que integra o mundo real e virtual. É um espaço de convivência, imersão, que preza pela coletividade, onde todos podem conviver, cada um com seu avatar customizado em 3D.
Nessa mescla as influências da vida real determinam as situações e ocorrências online, eliminando muitas diferenças e barreiras físicas. Nele é possível simular ambientes de trabalho, estudo, eventos, festas, entre outros.
Quem não se lembra do filme Matrix e de como aquele universo apresentado na ficção parecia muito longe de se tornar realidade. Pois esse dia chegou e o metaverso é a materialização do enredo de uma das trilogias de maior sucesso da história do cinema.
Embora seja um ambiente não físico, o que acontece dentro dele pode ter similaridades com o cotidiano. Assim, pessoas de diferentes lugares do planeta conseguem se encontrar e, virtualmente, planejar coisas juntas como sair viajar em férias, praticar esportes coletivos ou desenvolver projetos.
O metaverso abre portas para a Web3, a terceira geração da internet, descentralizada e imersiva, que dará ao usuário mais autonomia sobre sua atuação no ambiente online, prometendo privacidade total sobre o uso dos dados pessoais.
Como surgiu o metaverso?
O termo metaverso — combinação de meta (além) e verso (relacionado ao universo) foi em 1992, na obra Snow Crash, de Neal Stephenson. O livro mostra pessoas usando a realidade virtual para interagir em um mundo tecnológico, como em um jogo.
Um dos personagens é Hiro Protagonist que na vida real trabalha entregando pizzas, mas no ambiente virtual é um hacker samurai. Foi então que o autor chamou essa realidade virtual de metaverso e o conceito começou a ganhar forma.
Depois de outras obras abordarem o tema, a empresa Linden Lab lançou em 2003 o jogo Second Life com o intuito de consolidar o metaverso. O game simula a vida real em um ambiente virtual 3D, com avatares criados pelos usuários interagindo entre si.
Embora tenha milhares de usuários à época do lançamento, o jogo ainda existe, mas não se estabeleceu a ponto de revolucionar a internet. De lá para cá, outros games foram criados usando a tecnologia do metaverso — Fortnite, Minecraft, Roblox.
Quais as aplicações do metaverso?
Um dos mercados mais fortes e promissores do metaverso continua sendo o de games, no entanto já é possível identificar a tecnologias em diversas aplicações. Segmentos como saúde, educação, eventos, empresarial – RH, financeiro, treinamentos, marketing, vendas.
As soluções de tecnologia com realidade virtual e aplicações de Inteligência Artificial já podem ser vistas em muitas dessas áreas. Grandes artistas como Justin Bieber, Ariana Grande e The Weeknd realizaram shows usando espaços virtuais em suas performances.
Na saúde, a medicina se beneficiará cada vez mais do que o metaverso pode oferecer e viabilizar. As cirurgias à distância e os corpos virtuais para aulas práticas, são alguns dos exemplos de aplicações nessa área favorecidas pela tecnologia.
O que esperar do metaverso para o futuro?
O metaverso chegou com um propósito revolucionário de conectar mundos e impulsionar a descentralização do ambiente virtual. Acredita-se que essa nova tecnologia será benéfica em diversos sentidos para todos os setores, segmentos e áreas do mercado.
Em uma visão futurista, o metaverso é uma evolução da internet, com um espaço mais aberto, sem propriedade específica. Se por um lado a ideia é dar liberdade de escolha e decisão aos usuários, por outro, acredita-se no risco à segurança e privacidade.
O mundo tecnológico ainda orbita em torno da Web2 em que as interações são mediadas pelas redes sociais. Se consolidado, o metaverso vai fomentar e transformar as interações, sejam elas sociais, comerciais ou econômicas, que acontecem na internet.
Como as empresas estão usando o metaverso?
Por mais que seja uma tecnologia ainda em desenvolvimento e que muitos talvez não entendam bem como funciona, já tem quem aposte em sua aplicabilidade, são empresas que estão inserindo o metaverso em seus negócios e um dos destaques é o Facebook que, inclusive, alterou o nome para Meta.
Veja como as organizações estão investindo nessa novidade:
Facebook (Meta)
Uma das redes mais populares do mundo, o Facebook, que agora é Meta, planeja uma rede social ambientada em um espaço virtual 3D. Nela, os usuários terão um avatar personalizado e controlado para participar de atividades coletivas, bate-papos e promover recepções, simulando ambientes que se assemelham ao real da vida cotidiana.
Microsoft
O Mesh, o metaverso personalizado da gigante Microsoft, permite encontros interativos trazendo para o mesmo ambiente pessoas de diferentes localidades. Com tecnologia integrada ao Microsoft Teams, a aplicação favorece o aprendizado conjunto, na troca de experiências entre os avatares comandados por seus usuários.
Lojas Renner
As lojas de departamento podem se valer do metaverso para inovar nas estratégias de vendas, como é o caso da Renner. A gamificação foi a metodologia escolhida para promover consultoria especializada no universo de games, criando uma loja virtual com minigames diferentes e interativos.
Nike
Criada em 2021 dentro do jogo Roblox, a Nikeland é uma plataforma de videojogos associada ao universo do futebol. Um espaço imersivo, gratuito que oferece recursos como controles personalizados, filtros de bate-papo e mecanismos de segurança.
A Nike deu um passo além ao comprar a Artifact Studios, especializada em criar vestimentas digitais para avançar na cultura do metaverso e atrair consumidores vinculados tanto à tecnologia quanto à moda.
Itaú
Os bancos e instituições financeiras também apostam nos benefícios que o metaverso pode trazer de médio a longo prazo. Prova disso é o Itaú que lançou o Certificado de Ações Estruturadas (COE) Autocall Metaverso, primeiro serviço de investimento focado em empresas que oferecem soluções amparadas nessa tecnologia.
Adidas
Mais uma marca que não ficou para trás na corrida por um lugar de vantagem na promissora Web3. Em 2022 a Adidas divulgou no festival Lollapalooza a criação da adiverse, um experiência imersiva de metaverso — nela, os participantes poderiam personalizar seus avatares usando as roupas da marca.
Gucci
Atenta às tendências da junção de tecnologia e moda, a marca italiana investiu no desenvolvimento de trajes digitais para os proprietários de NFTs, os tokens sociais que funcionam como moeda de troca e beneficiam os consumidores fiéis da marca, com vantagens de compra em sua loja virtual.
Como fazer marketing no metaverso?
Sendo a proposta da Web3 de descentralizar o ambiente digital e dar mais autonomia aos usuários em seus movimentos e decisões, as empresas terão que se reinventar. Isso porque será mais difícil influenciar e induzir o pensamento do público a interagir e comprar de uma marca.
De meros consumidores de conteúdo, passando a criadores, no futuro próximo os usuários terão mais poder independente nas mãos, de transformação do conteúdo. Isso quer dizer que os profissionais de marketing serão desafiados a pensar fora da caixa, em conteúdos mais envolventes e personalizados.
Os profissionais do marketing vão precisar olhar mais profundamente para as tendências e novas tecnologias voltadas para a web. Como o ambiente Web3 foca na o comportamento do consumidor para enriquecer a experiência, os anúncios terão um direcionamento mais personalizado e preciso, estimulando a decisão de compra.
A atuação do marketing partirá de três pilares de mudança:
- modo de relacionamento com o público;
- experiências imersivas no ambiente virtual;
- inovação na jornada do cliente.
Se pelas redes sociais ou chat com aplicações de bot e Inteligência Artificial, o público já se sente próximo das marcas, como metaverso essa relação será ainda mais profunda. Com a possibilidade de direcionar o que ouve, sente ou vê, o consumidor terá mais parâmetros de decisão.
A imersão pelo ambiente de uma loja ou de uma empresa, por meio da realidade aumentada, pode fortalecer os laços ou acabar de vez com a confiança. É preciso ter uma preocupação redobrada com a experiência vivenciada durante a jornada, pois, em cada passo o público terá condições de decidir sobre fazer ou não negócio com a marca.
User Experience como fator competitivo
Em um mundo comandado por uma tecnologia metaverso, mais do que bons produtos ou serviços, os consumidores buscarão uma experiência diferenciada. A missão do marketing será conectar público e marca por meio da usabilidade no ambiente virtual.
O universo de simulações e experimentos requer uma vivência prática com base nas necessidades e desejos dos consumidores. O metaverso abre um importante caminho de transformação do relacionamento e proximidade das marcas com seus clientes em sua experiência de uso.
As estratégias de marketing digital devem incluir os usuários e, para isso, será preciso conhecer a fundo seu comportamento. A interação de canais on-line e off-line devem nortear as ações para tornar possível a conexão da vida real com o ambiente virtual e dinâmico do metaverso.
Se um cliente deseja comprar uma roupa ou visitar um imóvel, a empresa deve ser capaz de oferecer um ambiente em que ele possa entrar e testar possibilidades. A missão do marketing será ainda maior para convencer o público, sem forçar sua entrada.
A combinação de conteúdos educativos e elementos audiovisuais com a realidade virtual e aumentada dará melhor dimensão do produto que o consumidor pretende levar para casa. É fundamental que ele perceba os ganhos e valor agregado em cada etapa da jornada de compra.
Vale dizer que tanto o site quanto as redes sociais da marca devem se alinhar no conceito do metaverso que é promover interação e deixar que o usuário se decida com liberdade. Por isso, a importância de criar campanhas que contemplem soluções, aplicações e ferramentas atuando de forma conjunta.
Visualmente, criar um ambiente com design interativo, dinâmico e participativo deixará o usuário com vontade de explorar o espaço. Quanto mais tempo ele permanecer, maiores as chances de experimentar os recursos disponíveis e se convencer de que está diante da melhor alternativa.
Os profissionais de marketing devem se preparar, mesmo que a Web3 e o metaverso sejam ainda tendências a se consolidar no futuro. Entender como funcionam e avaliar o cenário atual da empresa, são premissas básicas para planejamento das ações e mudanças previstas caso dentro dessa realidade tão iminente.
A aceitação do metaverso divide opiniões e gera uma expectativa em todo o planeta, de modo geral, no que diz respeito à privacidade e segurança. Os especialistas estão de olho no mercado e nas empresas em seu processo de inserção no mundo digital integrado à vida real, observando seu grau de efetividade.
Se você gostou deste post, que tal aproveitar para ler mais um artigo, dessa vez sobre as tendências de marketing para 2023 e preparar sua empresa para novas oportunidades!